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segunda-feira, 22 de março de 2010

Lamento

Cai tenebrosa a escuridão sobre a terra em que piso.
À frente nada vejo, se não névoas curvas.
O corpo não cansa, não pára.
O sono não vem, nem após os soníferos...
Sem tropeços, caminho em estradas turvas.
Mantenho-me de pé sem temer a cegueira.
Tenho a escuridão como companheira.
A dor dilacerando o ventre, não me chega ao coração.
Prolongando ainda mais meu sofrimento, me tornando imortal.
Noite... E depois noite... E noite de novo...
Porque não há mais dias, nem sóis, nem luz.
A alma pesada, o espírito gemendo...
A mente agitada, um barulho infernal!
O ventre dilacerado... A dor corroendo o âmago.
Meu corpo todo está doendo...
Minh'alma está doendo...
Doendo...
Doendo...

Regina Azevedo.

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